quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Torcidas

A minha nessa temporada já foi...

  Todo mundo sabe que torcida é algo totalmente subjetivo. Podemos torcer para um clube de futebol, um time de basquete, um ente querido, o mocinho (ou o vilão, dependendo de quem lê este texto) de um filme ou um livro... Mas nós torcemos de modo diferente para as coisas. Quem escolhe um clube de futebol pra torcer não muda, a não ser em poucas (e bizarras) exceções. Eu sou fã do Chicago Bulls na NBA, mas nesse ano torci fervorosamente para o Dallas Mavericks na final, como se o Dallas fosse o meu time de coração. Torcemos por um ente querido por motivos óbvios. 
  No caso dos reality shows, isso funciona de um modo único, pois a cada temporada (a não ser as All-Stars e com retornantes) o elenco muda e nós temos de nos afeiçoar a novos personagens. Não vemos clubes de futebol, basquete, seleções de esportes, séries e etc mudarem a cada ano (no caso de Survivor e The Amazing Race a cada seis meses). Acredito que a torcida é fundamental para estabelecer a comunicação do programa com o espectador. Eu virei fã de Survivor principalmente por causa de figuraças como Rob C., Sandra, Jonny Fairplay, Russell, Parvati, Boston Rob, Cirie... Essa empatia com essas figuras, esses tipos de personalidade representados pelos jogadores me faz querer continuar vendo Survivor e aturar temporadas com Dan, Purple Kelly, Ashley e Natalie, por exemplo.
  Confesso que nas últimas temporadas em tenho tido dificuldade em torcer, pois me apego a poucas pessoas. Em Nicarágua, gostava da NaOnka pela confusão e só. Em RI, gostava da Frangolina e Kristina, pois elas eram jogadoras agressivas e que eram interessantes, e de Philip por que... ah, não vou dizer o porquê, basta ver meus posts com um vídeo dele por média. E agora nessa temporada, só gostei mesmo de Stacey. Ou seja, em três temporadas, só duas pessoas me fizeram torcer com paixão. Eu duvido que a média de quem está lendo agora é muito maior do que a minha. 
  Eu esperava que Survivor tivesse aprendido com os erros da sua última temporada. Mas não. Os jogadores retornantes prejudicaram a dinâmica das tribos de novo, com os novos cercando as suas alianças ao redor deles e sem elaborarem nenhum plano para eliminá-los, por medo de serem excluídos. Se eles não contestam e não mostram seu brilho próprio, não valem a pena serem mostrados. Quem ousa sair da linha e contestar o poder, é eliminado. O pior é que perdemos bons jogadores, figuras que podiam ter uma relevância dentro do jogo. Como os outros não aparecem (a não ser para fazer uma procura idiota por um Ídolo que não vai ficar com você, não é, Albert?), os retornantes ganham muito mais tempo de edição e a história se passa com quase nenhum conflito. Isso aconteceu na temporada passada com Rob após a Fusão e tem tudo pra se repetir nessa com Coach.
  O Edu na Survivor Downloads falou e eu também ouvi no podcast do Cesternino e concordei: a tendência com a eliminação de Elyse e a perda de poder de Ozzy na tribo é que a Savaii seja presa fácil da Upolu unida na Fusão. Foi bom vermos um blindside de novo, um grande momento dentro da temporada, mas nem de longe me empolguei, como em H vs V em vários episódios, ou até na temporada passada com Matt (duas vezes). A edição foi dando algumas pistas de que isso podia acontecer, quando Keith contou para Whitney sobre o Ídolo de Ozzy e os dois se questionando se deviam seguir com o cabeludo ou não. Achei até boa a sacada de Whitney de votar em Dawn pra que Ozzy não ficasse furioso com eles. Mas isso pode acabar se voltando contra eles, pois Jim, Cochran e Dawn podem perder a confiança neles. Enfim, apesar da possibilidade de vermos uma nova dinâmica tribal mais explosiva na Savaii ser algo interessante, acredito que isso vai acabar ferindo-os na Fusão e sendo presas fáceis de Coach e sua turma. A não ser que alguém da Upolu volte da RI e consiga unir o que restar da Savaii, não vejo a tribo de Ozzy tendo um bom futuro.
  Falando da RI, eu me defini: ela é um saco. Não adiciona nada ao jogo, faz com que tenhamos momentos idiotas e sem sentido (como as despedidas das pessoas em geral) e faz com que Jeff Probst tenha um poder no jogo que ele não tinha antes. É inegável que desde que o apresentador virou produtor executivo ele ganhou muito mais poder. Para quem viu algumas das temporadas mais antigas, Jeff parecia mais um conselheiro, um daqueles terapeutas de grupo para os quais as pessoas vão expressando os seus problemas, enfim, um cara legal, com um bom espírito. Com o tempo, Jeff passou a ser mais e mais agressivo, que ao invés de somente ponderar e observar situações, impõe certos comportamentos, favorecendo certos jogadores em determinadas situações. Com a RI, ele tem agora mais uma ferramenta para isso, com possíveis conselhos para jogadores, afirmações que induzem comentários dos jogadores sobre os seus sentimentos e estratégias os quais eles não dariam normalmente, na maior parte das vezes desnecessárias e que seriam melhor ocupadas em tempo com um bom e velho desafio de recompensa, ao invés dos chochos desafios da RI. Pra mim, a RI serve pra que a produção gaste menos dinheiro com desafios e que Jeff tenha mais um momento para ser um jogador ativo no jogo. Eu pretendo no futuro fazer um post falando mais sobre o impacto crescente de Probst no jogo, mostrando isso ao longo das temporadas, aprofundando mais esse ponto de vista.
  Voltando a questão da torcida, não consegui me apegar a ninguém até agora nessa temporada. Até botei que estava torcendo pra Coach na comunidade, mas eu não estou empolgado com Coach nessa temporada, pelo fato de ele estar muito normal nessa temporada. Cadê os surtos, citações bizarras, etc? Tanto que tem muita gente da comunidade gostando do Coach. Albert, Rick, Sophie, Edna, Mikayla... Não me dizem nada. Por mais que Brandon seja um pé no saco, ele me entretém mais do que o silêncio do Rick ou os comentários irrelevantes de Sophie e Albert. Na Savaii, Ozzy parece um disco quebrado, arrogante e pretensioso como sempre. Keith e Whitney parecem ter algo estratégico em mente, mas eu duvido muito. Me parece que eles só estavam irritados com o Ozzy pelo fato dele ter escondido o Ídolo da loira e ciumeira de Elyse. Eu gosto de Dawn e Jim por motivos diferentes. A primeira pelo fato de ser uma personagem simpatica, a mãezona legal que se supera nos desafios. Jim, por outro lado, me atrai pelo fato de ser o único no jogo inteiro (além de Cochran, é claro, e dos retornados) que sacou que está no programa chamado Survivor que tem o objetivo de eliminar pessoas a cada três dias até o fim. Acho que ele finalmente percebeu que estaria no fundo da aliança do jeito que as coisas estavam. Agora ele sabe que sem Elyse ele pode alcançar uma posição melhor na final.
  Resolvi deixar propositalmente Cochran por último pela Savaii. Quando eu vi Rob Cesternino em Survivor The Amazon, eu gostei dele porque ele era um cara hilário num reality show. Era uma espécie de comentarista palhaço dos episódios. O Mario Lanza no Funny 115 disse correntamente que o Cesternino foi o primeiro personagem de Survivor que falava DIRETAMENTE com o telespectador. Ou seja, um cara que tinha plena consciência de que estava num programa de TV. E mais: Cesternino fez aquilo de modo natural, sem forçar. Ao ver o Cesternino, eu me sentia vendo Survivor com um amigo palhaço, com o cara que falava tudo sobre o jogo e os jogadores, que nós pensamos. O cara que encarna a audiência. Isso é o exatamente oposto do que vejo em Cochran. Ele é afetado demais, suas piadas parecem sempre ser muito forçadas (mesmo as engraçadas), do tipo que a edição põe para construir o personagem. Nos primeiros dois episódios fica muito evidente que ele está tentando representar um personagem que ele gosta, ser um Cesternino. O único momento que eu acho que Cochran se solta mais é no Conselho Tribal, quando acho que ele dá maior vazão a sua persona. Não duvido que ele seja assim na vida real, mas acho que ele está sendo ele demais, muito forçado.
  Ao contrário da minha homenageada na foto de abertura e que deixa saudade desde já, nossa amada Stacy. Ela tem personalidade e carisma próprios. O que foram as sonoplastias? BLAM! BOOM! BOOM! DING! E outras. E Benjamin? Claro, por que Benjamin é seu nome de batismo. Infelizmente, graças a sombra de Coach, ela não brilhou como poderia. Stacey foi uma personagem diferente, a única que me cativou porque ela foge dos padrões atual dos Survivors de hoje: atleta e avulsas burros e estrategistas arrogantes que acham que sabem mais do que todo mundo. Eu recomendo, quem tiver um bom nível de inglês e entender o sotaque dela, ouça a entrevista da Stacey ao Cesternino aqui. Vale a pena. Mas pra quê palavras, quando as imagens dizem tudo? Uma singela homenagem a Stacey. Ela merece.

1- Melhores momentos da Diva no episódio 1, incluindo uma procura fracassada pela pista do Ídolo:



2- Melhores momentos do episódio 2, com os efeitos sonoros durante o Conselho Tribal. BAM!



3- A "origem" de Benjamin:



4- O fechamento com chave de ouro: a saída triunfal do Conselho Tribal, com direito a um fora lindo em Coach:



BAAAAAM!

Comentários aleatórios:


- Não falei de Christine, mas ao contrário de Stacey, não gosto dela. Não acho ela um personagem cativante, mas pode causar um bom conflito se voltar.
- A RI ainda tem o aspecto negativo de tirar um momento de alto impacto do programa: a eliminação. O grande ato do programa, uma glória ou humilhação marcante. Agora a eliminação definitiva é um momento clichê, com choro, declarações irrelevantes e a absurda (e IMBECIL!!!) queima da bandana na saída. Ah, chega de RI, por favor.

P.S. Desculpem pelo atraso no post. Até segunda ou terça o próximo post, focado mais nas possibilidades atuais do jogo, falando também sobre o capítulo de ontem será publicado. E neste também falarei sobre TAR.
             

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