domingo, 27 de novembro de 2011

A edição da estratégia

- Essa é a minha temporada, rapá!


  Confesso que não estava animado com a possiblidade de ver o recap desta última quarta. Depois do episódio morno da semana anterior, achava que o recap não teria muito a dizer sobre a temporada. Porém, eu vi um comentário do Victor Matos do Survivor Download citando o genial e aka melhor escritor sobre Survivor, Mario Lanza, falando que o recap mostra aspectos do jogo bem interessantes que não entraram na edição final. Acabei me interessando e vi o recap hoje. E gostei do que vi.
  Eu levantei a discussão lá comunidade de como desde Samoa a edição tem se focado mais na estratégia e nos jogadores estrategicamente mais relevantes e se esquecendo de outros aspectos do jogo, como convivência social diária e rotina de acampamento. Vimos nesse recap um pouco mais desses outros aspectos: Coach sendo bem sacana com Mikayla, Brendon surtando ainda mais do que foi mostrado, Cochran contando histórias bizarras de quando era criança, Dawn envergonhada de mostrar seu corpo junto com a galera na água. Também vimos um pouco mais do porquê Cochran mudou de lado e ficou com Coach e sua Upolu. Vimos aspectos interessantes e diferentes do que vimos no jogo, onde até Rick falou! Vimos também Albert tentando fazer alguma coisa para tentar mudar os rumos do jogo a seu favor. Porém, Sophie está bastante relutante em tentar alguma com Albert porém, pois ela vê que ele está tentando fazer isso para o seu próprio bem. O que não retira as minhas críticas ao elenco e a temporada em geral: eu continuo achando esse elenco fraco, que algumas boas figuras sairam cedo demais (Papa Bear e Stacey), etc. Mas vimos alguma coisa diferente do que já foi mostrado, que se foca basicamente em Coach, Ozzy e Cochran.
  Uma coisa interessante que o Rob C. falou no podcast dele na sexta foi que o recap se focou muito em Coach, Cochran e Brandon. Os três foram os protagonistas do recap e para Cesternino esse deve ser o possível Final 3. Eu ainda acho que para Coach, Edna seria uma presença certa na final, pois Edna foi uma aliada constante e não fez nada sem ele no jogo. Porém, nenhum dos Savaii votaria em Cochran e ninguém  do Júri votaria em Brandon, provavelmente, de qualquer maneira Coach estaria mais favorecido no Final 3. Com certeza, Ozzy e Albert estão em maus lençóis pelo recap. O primeiro pelo fato de ter sido detonado por Probst ("Depois de uma jogada tão estúpida que poderia dar certo", quando o apresentador se referiu a jogada de Ozzy para eliminar Christine e fazer de Cochran o agente duplo na Fusão) e depois por Coach ("Ele nunca vai ganhar Survivor porque ele faz coisas idiotas!"). O curioso é que depois do episódio passado, com Ozzy vencendo na RI e mostrando um confessionário com o Mogli de Survivor falando sobre como é a bela a vida na Ilha, eu achei que Ozzy vencendo os seus desafios na RI e chegando a Final com Júri de maioria Savaii ele seria o grande favorito ao milhão. Porém, após esse recap, eu acho que Ozzy não tem chance. A vitória de Ozzy seria uma grande surpresa a essa altura do campeonato. Albert também está numa situação complicada porque ele não tem o apoio de ninguém para fazer alguma mudança no jogo e já está na mira de Coach. Se ele não rodar no próximo episódio será uma grande zebra também.
  Voltando ao tema central do post, desde Samoa vemos a edição ser focada em jogador estrategicamente relevante no jogo. Samoa se focou basicamente em Russell e em sua trajetória dentro do jogo e de certa forma como os outros jogadores ajudaram-no a construir e/ou destruir sua história. Em HvsV, vimos essa distribuição mais equilibrada, com Russell e Parvati sendo os protagonistas em termos estratégicos (derrotando Boston Rob na primeira parte da temporada) e Sandra sendo a antagonista em sua trajetória de vingança, representando um lado mais heróico. Todos, porém, tiveram relevância dentro da edição. Em Nicarágua, todo mundo em algum momento teve sim relevância na edição. Holly, Naonka, Fabio, Chase, Jane, Brenda, enfim... Independente do momento do jogo, quase todo mundo (tirando Dan e Purple Kelly) teve seu momento dentro da história. Eu não gosto de Nicarágua pois eu achei o elenco dessa temporada um dos mais fracos de todos os tempos e porque a própria história contada pela edição foi muito fraca. Em RI, vimos Rob ser o protagonista absoluto da temporada a partir do sexto episódio, com Philip sendo o protagonista louco e os outros também ajudando-o construir e/ou destruir a sua história, assim como em Samoa. E agora, vemos Coach ser o protagonista absoluto, com Ozzy como o vilão e Cochran e Brendon como seus assistentes atrapalhados. Ou seja, a edição está desde Samoa bem mais focada em valorizar a estratégia como a heroína. De certa forma, Russell surgiu como o que a edição quer nos mostrar como o mais importante: estratégia, do inglês strategy, do espanhol, estrategia...
  Nas edições iniciais de Survivor, vemos essa diferença ainda mais gritante, com a edição se focando também nas dificuldades do acampamento (é bem verdade que em Samoa eles fazem isso no início, com todo mundo congelando por causa da chuva e os Foa Foa não conseguindo conversar antes do Conselho por causa do frio gerado pela chuva torrencial), algumas histórias interessantes devido a convivência diária, o pessoal se divertindo nas recompensas, etc. Óbvio que por mais que a edição seja boa, um bom elenco é fundamental, pois sem um bom elenco, não tem história. Esse é o problema principal de Survivor atualmente. Independente das cagadas que os produtores vêm fazendo (RI, fim dos desafios de Recompensa, dois jogadores retornantes ao invés de fazer uma temporada só com retornantes ou só com novatos), se o elenco não for bom, a temporada não vai funcionar. E desde Nicarágua, a qualidade de elenco caiu assustadoramente. Enfim, por mais que a edição seja a melhor do mundo, sem bons personagens não tem boa história. E num reality show, onde a história básica não muda, os personagens são ainda mais importantes.

Comentários aleatórios:

- A cena com Papa Bear (???!!!???) ensinando Cochran a flertar é muito boa. A melhor fala foi de Whitney, quando ela falou com Cochran sobre o olhar suave que ele deveria dar a loira: "Suave, mas não muito... Ou senão vai ficar meio estranho...".
- A cena de Brandon se enrolando com as galinhas me lembrou uma certa pessoa de Samoa que também teve problemas com galinhas. 
- Foi legal a cena de Coach fazendo os equivalentes do jogo com a mitologia grega.

Coach = Zeus
Cochran = Hércules
Ozzy = Narciso
Whitney = Erato
Edna = Eco

  Eu sou um grande fã de mitologia grega e adorei a cena. Vou estender isso a outros Survivors e nos comentários vocês podem adicionar mais ou me corrigirem se quiserem:

Parvati = Afrodite
Russell = Lóki (me desculpem a inclusão da mitologia nórdica, mas foi o único equivalente que eu encontrei para o troll)
Boston Rob = Zeus (me desculpe, Coach)
Sandra = Ares (o deus da guerra)
Cirie = Atena (a deusa da estratégia, ao contrário de Parvati, Cirie sempre usou somente a sua lábia e esperteza)
Rob Cesternino = Ulisses
Colby = Morfeu (não o do Matrix, mas o deus dos sonhos)
Jonny Fairplay = Baco 

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